segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Minha sinfonia:

Seria caótico negar que eu pude resistir aos teus abraços, às tuas carícias, ao teu cheiro, ao teu suor, a cada detalhe de ti...
Espero que saibas bem que o que eu sinto por ti é montanhesco, não se limita a um afago ou a um cafuné.
Quando crescermos e fores casado com uma bela rapariga, de quem cuidarás indiscutivelmente e viverás da forma que tanto sonhaste e, concomitantemente, eu estiver com um rapaz bruto, com jeito tentador e que me fará o tanto quanto feliz, meu amor por ti não haverá morrido, sejamos nós amigos, afastados, amantes ou o que for...
É puro, é grande e é forte isto que bate em mim. Não depende da pele ou do tato, ele existe espacialmente e não morre - jamais.
Viverei feliz por ver-te feliz e é o que basta. Nostalgiemos o passado: os risos, os afagos, a diversão e os suspiros que demonstramos quando jovens.
Sempre fomos singelos, nunca carnal. Entendam-no ou não.


Eu te amo.
Sublime e imortalmente.


Tu és lindo, meu homem.

Maurizio Cardinale
17/09/2007
- durante uma aula nojenta de biologia sobre vermes e suas doenças. --

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Candypeople.

Em muitos dias, eu indago-me onde é que está a nossa cultura. Apesar de gostar bastante dos beats, esta geração Coca-Cola não é pra mim. Repentinamente, milhões de grupinhos começaram a surgir: emos, punks, skinheads, metaleiros, posers, veggies, beeshas glamurosas... É até medonho pensar nisto tudo. O mais assustador, mesmo, é a quantia de neopensadores que arrebitaram seus narizes nos últimos tempos: teorias brutescas, umas contra as outras. Pessoas que brigam por idéias que, muitas vezes, são plenamente infudadas, porém têm uma grande atenção. Uma coisa que eles não perdem em comum é a vontade de ser, o desejo wannabe. Todos são iguais, no fundo, e possuem a mesma quantia de cultura que o outro.

Achei no Orkut estes dias uma comunidade que chamou muito a minha atenção:



Realmente, é bizonha a quantidade de pessoas que citam Nietzsche jurando que são "as" inteligentérrimas. Por que citar Nietzsche é bonito? O que sabe Vygotski sobre cachorros-quentes e o que sabe o homem dos cachorros-quentes, aqui da esquina de casa, sobre comportamento infantil? Por que saber sobre sociedade, sobre a mente humana, sobre teorias complexas que envolvem pensamentos gigantes é essencial e superior a saber como se frita um bacon ouvindo pagodinho? Será que Dostoiévski sabia fritar bacons e bater a mão num pandeiro?

Não sei por que filosofo agora tanto sobre isto, mas esta madrugada esutava uma música desta época que me agrada muito.
É uma canção de Christina Aguilera, que está no seu novo álbum duplo Back To Basics, e se chama Candyman.
Apesar de ser de muito antes de meus tempos, eu sempre gostei muito de Bill Haley And His Comets. Para quem não sabe, foi uma banda dos anos 50 e 60 que fez muito sucesso no mundo inteiro. Logo no início do Rock 'n' Roll, essa banda arrasava.
Candyman tem obtido imensa gratidão de minha pessoa, pois, com as batidas e letras dos nossos anos, conseguiu buscar o antigo ritmo de Bill Haley e estourar em todas as baladas. Não consigo conceber isto senão como genialidade.

Eu acho que me delicia muito enxergar que, dentre tantos fast-foods e shopping centers, existem artigos pops que fazem o conhecimento poppar...

domingo, 2 de setembro de 2007

A Classe Em Que Vivi

Então temos, ao longo da história, diversas classes literárias:
Quinhentismo, para o começo da literatura do Brasil, pois deu-se logo após sua descoberta, em 1500.
Naturalismo, que relata as fortes evidências da natureza, brusca e nojentamente.
Romantismo, que demonstra a vontade do homem de viver o momento presente, o "carpe diem".
Parnasianismo, época de cultura alguma e que, devido as parnásios, recebeu este nome.
Modernismo, que demonstra a inovação do ser humano, novas descobertas e aventuras.

Cada escola recebeu seu nome devido às características de sua época.
Hoje expressamos, através de "Orkut", "Fotolog", "Blogger" e semelhantes, idéias, sentimentos, poesias...
Quando a contemporaneidade acabar, qual será seu nome? "Internetismo"?

Corra Cultura, Corra.


Ah, às vezes é tão bom trocar aquela balada por algo mais requintado. Uma noite sem muitos frutos foi esta última, chamei alguns amigos para virem em casa - e assim foi. Sem muito que fazer, passamos a assistir a Corra Lola, Corra (Lola Rennt). Para quem não conhece, é um filme alemão lançado em 1998, de direção de Tom Tykwer. O filme conta a mesma história três vezes, mostrando diferentes possibilidades para o seu final de acordo com pequenos incidentes que modificam o rumo dos acontecimentos. O mais interessante é que nunca me canso de assistir.
Já leram "Pequeno Príncipe"? Apesar de ter essa super fama de livro para criança, é aquele livro o qual se lê uma, duas, três vezes e sempre se aprende alguma coisa que não se aprendeu na vez anterior. Corra Lola, Corra é bem assim. Já cheguei a fazer comparações do filme com o capitalismo, uma vez que Lola (Franka Potente) nunca pára de correr, a história envolve muito dinheiro e ela quase sempre chega atrasada; comparei com insanidade amorosa, pois Lola é loucamente apaixonada por seu namorado Manni (Moritz Bleibtreu) e demonstram, por indicativas ao longo da história, serem parceiros amorosos do crime, além de explícito adultério, muito comum, mas disfarçado na sociedade, dos pais de Lola; já comparei com a questão de livre-arbítrio, ação e conseqüência, assim que o futuro de todas as personas muda nas três versões diferentes da história, dependendo da ação de cada uma.
Acho que, se bem analisado e um pouco flutuando nas hipóteses, podemos pensar que Efeito Borboleta (Butterfly Effect) sofre muita influência deste filme, pelo motivo de tratarem do mesmo tema: ação e reação, diferentes versões das histórias que dependem da decisão de cada persona.
É um filme extremamente interessante, porém, aquele filme que precisamos ter paciência para ver. Não é comprido, é até de metragem rápida, mas requer do cérebro, pois, é claro, filosofar é fundamental.

sábado, 1 de setembro de 2007

Nem um.

Cheguei. Lá estava eu, naquela noite bela de sexta-feira. As baladas a rolar, os barezinhos a lotar... Combinei de encontrar-me com meu querido. Era ele, aquele moço esbelto, de sorriso aberto que me acolhia. De braços envoltos consigo, a bola passava.
- Quem vai bolar? Quem vai bolar?
Aquele cheiro estonteante de erva em brasa. Surpreendentemente, meu homem se levanta.
- Eu! - esbravejou
- Mas, como assim? Aquieta-te aqui!
- É só um pouquinho...
E lá foi aquele pouquinho... Pouquinho, tão poucochinho. Aquele pouco que não acaba mais. Aquele pouco ilimitado, da gana de quem engana e que só engana a própria gana.
Triste. Levantei-me. Não queria assistir àquela cena...
"Por quê?", vinha-me ao cérebro. "Se têm pulmões, se têm coração, se têm a saúde completa de um humano jovem, por que destruem tudo?".
O cheiro impregnado em minhas vestimentas, minhas narinas com sabor de fogo... Ninguém respondeu. Ninguém. Nenhum. Nem um.
Nem um. Isto que eu queria entender. Nem um. Quiçá daqui vinte, vinte cinco ou trinta voltas ao redor do Sol, nem um.